Reforma da Previdência será discutida esta semana no CCJ do Senado.
A chegada da reforma da Previdência ao
Senado (PEC 6/2019) promete esquentar o clima na Casa a partir desta semana,
quando começa a ser discutida na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da
Casa. O relator, senador Tasso Jereissati (PSDB-CE), defende abertamente que os
colegas confirmem o texto aprovado pelos deputados, sem nenhuma alteração para
que a PEC não precise voltar à Câmara. Apesar de reconhecer que o texto votado
na Câmara precisa ser melhorado, sobretudo no que diz respeito à novas regras
de previdência de estados e municípios, o tucano defende que as alterações
propostas pelos senadores estejam em PEC paralela que tem o apoio do presidente
da Casa, Davi Alcolumbre (DEM-AP).
Apesar do discurso de Tasso, vários
parlamentares insistem que não querem ser meros carimbadores de decisões da
Câmara. Apesar de favorável à reforma, um desses nomes é o senador Plínio
Valério (PSDB-AM). O parlamentar disse em plenário, na última semana, que está
“muito preocupado com o que leu até o momento”. Segundo o senador, está claro
que quem mais precisa de aposentadoria é o trabalhador de empresa privada, o
funcionário público e não os ricos do país. Insatisfeito com o texto nos termos
em que foi aprovado pela Câmara, Plínio Valério ressaltou que espera que “o
Senado não se furte ao seu papel de casa revisora”.
Também favorável à proposta, o
senador Eduardo Girão (Podemos-CE) acredita que entre os pontos que precisam
ser modificados no texto aprovado pela Câmara está o dispositivo antifraudes na
concessão do Benefício de Prestação Continuada (BPC). Ele também defendeu a
inclusão dos estados e municípios na reforma.
Já a senadora Eliziane Gama
(Cidadania-MA) destacou que ainda há pontos a serem melhorados, como as pensões
abaixo de um salário mínimo, a constitucionalização do Benefício de Prestação
Continuada (BPC) e a nova regra para o acesso do abono salarial. Segundo a
senadora, a intenção é trabalhar para que o texto final seja o mais próximo
possível do que precisa o povo brasileiro.
A senadora acrescentou que, se
preciso, a oposição irá obstruir a votação, mas admitiu que poderá fazer um
acordo, caso haja essa possibilidade, aprovando o texto base e criando uma PEC
paralela com os trechos que os senadores considerarem prejudiciais.
Entre os contrários ao texto, está o
senador Jorge Kajuru (PSB-GO). Para ele, a população mais carente vai ser
sacrificada com a proposta. O senador disse que não aceitará “toma lá, dá cá”
para votar a favor da proposta. “Eu quero
deixar claro e, se mentir, por favor, cassem meu mandato e me ponham na cadeia:
se me for oferecido um centavo de emenda para o estado de Goiás, que
orgulhosamente eu represento, seja para a saúde, seja para a educação, mesmo
que meus eleitores se revoltem comigo, eu não vou aceitar”! , afirmou.
A reforma da Previdência tem prazo de 30
dias para ser discutida na CCJ do Senado. Nesses primeiros dias, deverão ter
debates em audiências públicas com a participação de representantes de
trabalhadores e de empresários. A expetativa é de que Tasso apresente o
relatório na comissão no dia 28 de agosto. Depois de apreciada na CCJ a matéria
precisa passar por dois turnos de votação no plenário da Casa onde para ser
aprovada precisaria de 49 dos 81 votos de senadores em cada turno.
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