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Aparte: colunista comenta a pesquisa do antigo Ibope na Paraíba

 



Resultados coletados pelos pesquisadores do Ipec. Começando pela disputa ao Senado. Constatou-se a imaginada liderança do ex-governador Ricardo Coutinho (PT), com 30%, sequenciado pelo deputado Efraim Filho (União), com 20%.

Numa espécie de ´segundo pelotão´, estão a recém lançada candidata Pollyanna (PSB, com 8%), que precisa de mais tempo para se avaliar o seu potencial de crescimento, e Bruno Roberto (PL, com 5%).

No caso do peelista, a insistente vinculação com o eleitorado bolsonarista ainda não se consumou, muito menos a aproximação de sua intenção de votos com a do candidato a governador de seu partido, Nilvan Ferreira (PL).

Na ´fotografia de momento´, o imponderável na corrida senatorial é o desfecho para a impugnação da candidatura de Ricardo, uma disputa judicial que não deverá se esgotar na corte eleitoral paraibana.

Na briga pelo cargo de governador, os números do Ipec referendaram a presumível liderança do governador João Azevêdo (PSB), num patamar superior a 30% das intenções de votos.

Em seguida, há um surpreendente (comparando-se com eleições passadas) quadro embolado, e no âmbito das oposições: Pedro (16%), Nilvan (15%) e Veneziano (14%) se perfilam para formar um quadro inteiramente imprevisível, nesse momento, sobre quem passará para o turno suplementar para concorrer com João.

Para esse trio oposicionista, todas as armas e ferramentas serão imprescindíveis para um desfecho satisfatório até outubro chegar: arregimentação de apoios, guia eleitoral, redes sociais, desempenho em entrevistas e debates, corpo-a-corpo na rua, entre outras iniciativas.

A intenção de votos do atual governador comporta uma evidente dubiedade: a margem de sua vantagem para os demais candidatos sugere que ele parece já dispor de uma ´vaga cativa´ no turno suplementar e decisivo.

Ao mesmo tempo, ergue-se diante de João um potencial oposicionista expressivo: somados, Pedro, Nilvan e Veneziano acumulam 45% das intenções de voto.

Trata-se de uma barreira, a ser enfrentada ao longo de outubro, caso ele não consiga atrair um dos concorrentes que ficarem pelo caminho.

Noutra perspectiva, é de se aguardar, daqui por diante, o que a pesquisa imporá de ajustes na condução das campanhas oposicionistas, uma vez que entre elas apenas uma deverá seguir na disputa no 2º turno.

O eleitorado tenderá a optar para o 2º turno por quem mais se contrapor a João Azevedo, o que na prática significará intensificar ainda mais as críticas ao governador, ou é o momento para redefinição de rota, visando converter prováveis aliados em atuais adversários?

Uma eventual escolha equivocada dos postulantes da oposição ou uma modulação superficial deverá resultar em insucesso, até porque o calendário eleitoral é célere e normalmente pune irremediavelmente os erros de percurso, notadamente na ´reta de chegada´.

A oposição, em síntese, amanhece com um paradoxo: a alegria de estar folgadamente majoritária na Paraíba, mas com o risco da disputa antropofágica que a pesquisa expressa com a proximidade dos índices.

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